Hoje, logo cedo, meus olhos percorreram as ruas do meu bairro, e notei um frenesi cansado de jovens "zumbis", que se arrastavam de canto a outro das ruas, vasculhando mato, lixo e o que lhes fosse possível, numa procura infinda por sabe-se lá o quê. Estes, os "zumbis", são figuras conhecidas por aqui, contudo não reconhecidas na situação em que os vi. Usuários dependentes químicos, que vasculham a vida dia e noite na intenção de entorpecer o juízo e justificar da alguma forma a alma, fazendo-se acreditar que pouco ligam para esta segunda. A polícia? O estado? O município?... não me pergunto mais a quem recorrer. Muito provavelmente, ainda vou ver crianças jogando seu futuro nessa mesma estrada, o poder público se justificando e caminhando em direção ao tudo de sempre que afunda ainda mais o caminho de nossa sociedade. Eles andam sim pelas nossas ruas, eles veêm cada buraco, cada jovem, homem, mulher ou criança, e no fim tudo que fazem é se justificar. Os tempos pedem ação, pedem um pouco mais de compromisso, e não só do poder público, mas também de nós cidadãos. O tempo tem passado como flecha para estes pobres, e temos o dever de auxiliar no grito de socorro. Roubar de mim um poco que seja para satisfazer seu vício, não é pior do que roubar a vida de um pobre dependente, jogando seu futuro em latrinas nos cantos das ruas, fazendo-o entender que é dispensável. Caros, eu faço pouco reconheço, mas façamos cada qual o pouco que pode.
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