terça-feira, 7 de outubro de 2014

VOTO... TAPA NA CARA... VOTO TAPA NA CARA!!!...

          Uma coisa normal, o brasileiro apanhar na cara todos os dias como o nosso tão querido Madruga, e sem ao menos esboçar na maioria das vezes o mínimo de culpa, contudo merecendo pela passividade com que se coloca diante das muitas situações que culminam com a bofetada certeira e direta. No último domingo, o histórico 5 de outubro de 2014, um candidato ao Senado Federal, Coronel reformado da Polícia Militar de Alagoas, o Coronel Brito, externou a vontade de grande parte dos representantes que escolhemos, demonstrando bem a raiva que eles, os políticos, têm do povo, soltando com toda frieza, certeza de impunição, e vontade, o tapa na cara do eleitor que, julgam eles, sempre mereceu. Na verdade esse foi só um registro de tudo o mais que aconteceu no Brasil nesse dia tão marcante, e que, distante das câmeras e da verdade, se embrenhou num mar de mentiras, de roubos, de desmandos, de negociatas e sujeiras que retrataram muito bem como queremos ser governados. 

          Agora com toda certeza, os advogados e aliados do político vão distorcer todo o acontecido, e milhares de eleitores irão conversar em suas casas, logo em breve, sobre a injustiça que se abateu sobre o seu coronel, como ele sofrera a dor de ser acusado por algo que todos viram, mas interpretaram de maneira errada, pois com toda a certeza fora ele, o Coronel Brito, a grande vítima desse fatídico domingo, onde perdera a eleição, e acompanhado de seus seguranças, Policiais Militares comprados que nada fizeram no tocante a seu papel, tivera que se esconder do flagrante, como que se jogar no buraco escuro dos ratos, afugentado por uma perseguição que não conseguiu a nenhum custo encontrar a tão escondida casa do fugitivo. 

          Muitos relatórios serão elaborados, depoimentos que demonstrarão como tudo acontecera, até que se consiga coagir os depoentes e estes, cheios de coragem como todo brasileiro, voltem à delegacia para cinicamente dizer ao escrivão que nada acontecera do jeito relatado antes, que ficaram confusos com tudo que ocorreu, e que, sendo cidadãos direitos, não poderiam prejudicar ninguém, tão pouco o coronel que salvara suas vidas a preço muito baixo, por conta de um achismo sem importância. É verdade, a culpa não é dos advogados e aquilo que eles conseguem fazer com muito dinheiro, mas sim de nós que aceitamos tudo muito naturalmente, e nos convencemos das mentiras que inventamos para nos livrar da incômoda verdade. Essa história não vai longe, assim como muitas outras. 

          Se você ainda não sentiu o calor do contato repentino de um corpo encontrando seu rosto através de uma condução forte e direcionada, onde juntamente com a dor física lancinante e cruel, vem com as lágrimas instantâneas a vergonha e o frio do desconserto geral que te faz girar em torno de si, sem saber exatamente o que te atingiu, você não vai considerar o acontecido como algo importante. É claro, caso também você não se importe com fatos dessa natureza. Não se preocupe, você não está só nesse universo passivo, juntamente contigo encontram-se milhares de brasileiros que se permitem esse mesmo tipo de situações, e que se submetem ao uso, abuso e descarte por parte de seus líderes, seja religiosos, políticos, comunitários ou familiares.

          A desculpa é sempre a mesma, um apanhado de explicações que te colocam em situação de uma pessoa ordeira, não dada a desmandos, que sabe o que está fazendo, porém, que esconde a raiva por ter apanhado, que chora o perdido para outrem de maneira injusta e inexplicada. O choro é algo que você com certeza tenta, a todo custo esconder, para que as pessoas possam entender que você não se incomodou com tudo aquilo, porém é essa posição medrosa e nojenta que tem afundado nossa sociedade, é justamente esse comportamento fraco e repugnante que nos empurra em direção ao mar de lama e bosta em que muitos iguais a você se encontram, e acabam se acostumando com o cheiro e com a textura. O seu lamento é um murmúrio desprezível e enfadonho. Você e os seus, sabem gritar e falar bem quando se encontram com uma platéia positiva, onde todos são exatamente como você, um amontoado de negações. A real é que tudo vai continuar do mesmo jeito, porque a nossa sociedade se acostumou com a mesmice. Você vai apanhar, vai chorar, vai se condoer, e vai como todo fraco esperar pela segunda pancada, se pautando pelo escrito bíblico que constrói falsos heróis em virtude da interpretação equivocada e burra que fazem, e consequentemente vai comentar nas rodas de conversas o quanto você é coitado, embebido de autocomiseração.

          Sim, eu sei o quanto incomodam essas palavras. Então, se mexem realmente contigo, acredite, é hora de saber se você é um bosta ou alguém de verdade...

Por Marcus David     
    

          

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