sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

PRINCÍPIOS E VONTADES...

     A árvore dos saberes que determina nossas ações não está diretamente ligada a uma divindade que condiciona suas escolhas entre o certo e o errado. Não falo que seus princípios religiosos não são importantes, falo que eles não regem suas perspectivas reais de vida, que eles permeiam o campo da dúvida justamente para que você possa atribuir a outrem a responsabilidade do fazer. Não há culpa nas ações humanas que são delimitadas pelas vontades, isso para mim, que acredito no total domínio do fazer convicto das consequências e esperançoso nelas. Reafirmo que não menosprezo a fé, os dogmas religiosos e os valores divinos. Eu desprezo os pequenos que se escondem nesses conceitos, e que fazem deles mentiras escritas porcamente interpretadas. Aquele que ama, ama, independente da fé. O que deseja, deseja. Ele, o desejo, não é uma ferramenta de punição ou pecado. É um sentido humano, racional e instintivo. 

     Os caminhos são mais do que dois. São muitos além do fácil e do difícil, do estreito e do largo. Somos seres pensantes justamente por não nos prendermos a conceitos limitadores, a razões tolas que nada explicam, somente penalizam. Não tento explicar as nuances entre o amor, o desejo, os muitos ou poucos caminhos, mas sim, com uma visão mais consistente e desligada dos vícios culturais, perceber que as histórias são feitas de particularidades interessantes, que traçam linhas onde nem todos podem notar. Seus princípios são formados de acordo com suas observações de mundo, de convívio e de construção pessoal. Eles não são imutáveis justamente por você também não ser. Somos moldáveis, somos maleáveis e tudo que temos de concreto e palpável é justamente o todo que será consumido no pós morte. 

     Essa aceitação da mudança, o entendimento de suas posições ante às suas vontades e a compreensão da relação entre princípios, valores e moral, você só adquire quando descobre que seu comportamento é importante quando ele mostra quem você realmente é, e não apenas aquilo que os outros querem que você seja.

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